5 sinais de que sua PME está assumindo riscos sem perceber

5 sinais de que sua PME está assumindo riscos sem perceber

A maior parte das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras fecha as portas em até cinco anos, segundo dados recorrentes do Sebrae. Os motivos listados são variados — desde falta de capital até dificuldades no marketing ou na concorrência. Mas existe um fator silencioso, quase invisível, que raramente aparece nos relatórios, mas está presente em boa parte dos casos de falência: a ausência de governança e gestão de riscos.

Isso não significa que o empresário foi irresponsável ou negligente. Na verdade, a maioria das PMEs assume riscos sem sequer perceber. Eles estão disfarçados na rotina, escondidos nos hábitos e reforçados por uma cultura que prioriza apagar incêndios em vez de antecipar problemas.

Neste artigo, reunimos 5 sinais práticos e recorrentes de que sua empresa pode estar exposta a riscos silenciosos — e o que você pode começar a fazer hoje mesmo para mudar isso.

1. Falta de clareza sobre quem decide o quê (e com base em quê)

É muito comum em PMEs que todas as decisões passem pelo(a) dono(a). Isso acontece por uma mistura de desconfiança, sobrecarga, senso de urgência e falta de estrutura. O problema é que, quando não há regras claras sobre quem pode decidir, aprovar, revisar ou delegar, a empresa entra em um ciclo de decisões centralizadas, arbitrárias e, muitas vezes, reativas.

Consequências práticas:

  • Decisões incoerentes em diferentes momentos
  • Paralisação de processos quando o gestor não está presente
  • Erros por má interpretação de prioridades
  • Conflitos de autoridade entre áreas ou pessoas

Exemplo real: imagine um colaborador da área de compras que fecha um contrato com um fornecedor porque “o preço estava ótimo” — mas sem considerar prazos, reputação ou condições ocultas. Sem uma política de alçada, esse tipo de risco se torna recorrente.

O que fazer:
Comece com um documento simples de alçadas e papéis por área. Não precisa ser um manual jurídico. Um quadro com “quem aprova o quê” e “qual o limite de valor” já reduz boa parte da exposição a erros.

2. Você não sabe exatamente quais leis se aplicam à sua empresa

A maioria dos empreendedores acredita estar “legalizado” porque tem CNPJ, paga impostos e tem contador. Mas isso é só o começo. A verdade é que existem dezenas de normas fiscais, trabalhistas, regulatórias, ambientais, setoriais e de proteção de dados que podem impactar sua empresa — mesmo que você nunca tenha ouvido falar delas.

Sinais de alerta:

  • Você nunca ouviu falar de LGPD, ou não sabe como ela se aplica ao seu negócio
  • Não tem certeza se sua empresa precisa de licenças ambientais, sanitárias ou autorizações específicas
  • Seu RH não possui documentação atualizada de todos os colaboradores
  • A responsabilidade sobre normas legais “fica com o contador”

Por que isso é perigoso:
Ignorar leis não impede que elas existam — só aumenta o risco de ser pego de surpresa com multas, ações trabalhistas ou bloqueios administrativos. Em um cenário com margens apertadas, um único erro pode comprometer meses de faturamento.

O que fazer:
Construa, com apoio contábil e jurídico, uma lista simples das obrigações aplicáveis ao seu tipo de empresa. Atualize esse documento uma vez por semestre. Use planilhas ou checklists para organizar prazos e responsáveis.

3. As informações financeiras são inconsistentes ou pouco confiáveis

Você sabe o lucro real da sua empresa no último trimestre? Sabe quanto tem para pagar e receber nos próximos 30 dias? Consegue acessar essa informação de forma confiável e rápida?

Se a resposta for “não exatamente”, você está assumindo riscos financeiros importantes sem perceber.

Erros comuns:

  • Misturar contas pessoais e da empresa
  • Não acompanhar o fluxo de caixa diariamente
  • Ausência de controle sobre inadimplência e prazos médios
  • Confiar cegamente na contabilidade externa sem conciliação interna

Riscos envolvidos:

  • Tomada de decisões com base em “achismo” financeiro
  • Falta de liquidez em momentos críticos
  • Perda de prazos importantes ou pagamentos duplicados
  • Inadimplência oculta e perda de margem

O que fazer:
Implante rotinas mínimas de controle financeiro: reconciliação bancária semanal, dashboards de recebimentos e pagamentos, e revisão mensal de resultados. Separe as funções de quem lança, aprova e executa pagamentos.

4. Os processos estão na cabeça das pessoas

Você já se deu conta de quantas tarefas críticas da sua empresa dependem do conhecimento tácito de uma ou duas pessoas?

Se alguém sair, tirar férias ou adoecer, o que acontece?

Quando os processos vivem apenas na experiência das pessoas, você tem um risco de continuidade operacional — especialmente em áreas como vendas, compras, atendimento, produção ou TI.

Exemplos de riscos invisíveis:

  • O “gerente financeiro” que é o único que sabe onde estão os contratos e senhas bancárias
  • O vendedor veterano que conhece todo o histórico dos clientes, mas não registra nada em CRM
  • O responsável pelo setor fiscal que organiza os documentos “do seu jeito” e ninguém mais entende

O que fazer:
Inicie a documentação dos processos críticos, ainda que de forma simples. Um checklist, um fluxo em PowerPoint ou um vídeo explicativo já ajudam. Coloque isso em uma pasta acessível, com versionamento e backup.

5. Riscos só são tratados depois que viram problema

Se sua empresa só fala sobre riscos quando algo dá errado — seja uma reclamação de cliente, uma autuação, uma falha no sistema ou um processo trabalhista — isso mostra que não há uma cultura preventiva.

E isso tem um custo alto: prejuízos inesperados, retrabalho, reputação arranhada e decisões baseadas no improviso.

Sinais de ausência de gestão de riscos:

  • Nunca houve uma reunião para discutir o que pode dar errado
  • Nenhum gestor tem clareza sobre os riscos da sua área
  • Não existe um plano de ação para o que fazer em caso de incidentes

O que fazer:
Comece com uma reunião de identificação de riscos por área. Use perguntas simples:

  • O que pode dar errado aqui?
  • Com que frequência isso acontece?
  • Qual o impacto se acontecer?
  • O que já fazemos para evitar ou reduzir esse risco?

Com base nisso, monte uma matriz de risco simplificada. Ela servirá como base para o primeiro plano de controle da sua PME.

O custo invisível de não agir

Assumir riscos sem perceber não apenas expõe a empresa — cria uma falsa sensação de controle. Tudo parece estar sob domínio, até o dia em que uma falha, um litígio ou um erro de gestão faz o castelo desmoronar.

E o mais importante: riscos não mapeados minam a credibilidade da empresa, dificultam o acesso a crédito, afastam investidores e podem até comprometer o crescimento.

A boa notícia? Dá para começar com pouco.

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