Por que pequenas empresas quebram? O papel invisível da má governança
As estatísticas sobre a mortalidade de pequenas e médias empresas no Brasil são conhecidas — e preocupantes. Segundo o Sebrae, quase metade das PMEs fecha as portas nos cinco primeiros anos de existência. As razões são muitas: crise econômica, falta de capital, baixa competitividade, informalidade… Mas há um fator silencioso, frequentemente ignorado, que está por trás de grande parte desses fracassos: a ausência de governança empresarial.
Enquanto muitos gestores se concentram apenas nas vendas, nos custos e no fluxo de caixa, deixam de lado a estrutura mais básica que sustenta qualquer negócio saudável: a clareza sobre quem decide, como decide, com base em quê e com quais controles. E é exatamente aí que mora o risco invisível — e real.
O que é (e o que não é) governança em PMEs
Quando falamos em governança, muitos empreendedores logo pensam em conselhos de administração, estatutos complexos e reuniões com ata formal. Mas governança, no contexto das PMEs, não precisa ser burocrática ou sofisticada. Ela pode — e deve — ser simples, proporcional e prática.
Governança é, essencialmente, o sistema de direção, supervisão e controle do negócio. Envolve perguntas como:
- Quem decide o quê?
- Há critérios para essas decisões ou dependem do “feeling” do gestor?
- Há alinhamento entre sócios?
- Os processos estão documentados ou vivem na cabeça de uma única pessoa?
- A empresa tem mecanismos de prestação de contas internos?
- Existe alguma estrutura para acompanhar riscos?
Sem governança, a empresa fica vulnerável à desorganização, à concentração de poder, à tomada de decisão impulsiva e ao desgaste nas relações societárias. E isso, mais cedo ou mais tarde, cobra um preço.
5 sintomas de má governança que precedem o fracasso
Se você quer avaliar se sua empresa está operando com riscos silenciosos, observe os sinais abaixo:
1. Decisões centralizadas demais e sem critério
Quando tudo passa por uma única pessoa — e os critérios de decisão mudam conforme o humor, a intuição ou a urgência — o negócio perde consistência, previsibilidade e capacidade de escalar.
2. Conflitos entre sócios (ou herdeiros) mal resolvidos
A ausência de acordos claros entre sócios ou familiares gera disputas internas que, com o tempo, corroem a confiança e inviabilizam o crescimento.
3. Falta de prestação de contas e indicadores
Sem controle, cada área funciona à sua maneira. Faltam metas, comparações, indicadores. Os erros se repetem sem correção — e o desperdício vira rotina.
4. Riscos não mapeados e tratados reativamente
Empresas que operam sem estrutura de governança raramente discutem riscos. Só agem quando o problema já aconteceu: uma multa, um processo, uma fraude ou um cliente perdido.
5. Falta de continuidade
Negócios sem governança vivem em ciclos de apagamento de incêndio. Não há sucessão, planos de continuidade, definição de prioridades. A operação depende de pessoas específicas e se desestabiliza com facilidade.
Mas afinal, por que PMEs ignoram a governança?
A principal razão é a percepção de que governança “não é para mim”. Muitos gestores acreditam que esse é um tema distante da sua realidade — algo para grandes empresas, fundos de investimento ou multinacionais.
Na prática, é exatamente o contrário. Quanto menor a empresa, mais crítica é a clareza de papéis, responsabilidades e controles. PMEs têm menos margem para erro, menos recursos para absorver perdas e, muitas vezes, uma dependência alta de poucas pessoas-chave.
Governança, nesse contexto, é um instrumento de sobrevivência — e não de sofisticação.
Governança como diferencial competitivo
Empresas que estruturam minimamente sua governança colhem rapidamente os benefícios:
- Tomada de decisão mais assertiva e menos emocional
- Redução de conflitos internos
- Maior atratividade para investidores, fornecedores e grandes clientes
- Maior organização e eficiência operacional
- Capacidade de crescer com segurança e sem perder o controle
Em um mercado cada vez mais competitivo, a empresa que demonstra maturidade, controle e profissionalismo se destaca — mesmo que seja pequena. E essa é, hoje, uma das principais vantagens competitivas possíveis no universo das PMEs.
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